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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

ORIENTAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS AUDIOVISUAIS/DIDÁTICOS

Os recursos audiovisuais representam poderosos elementos de apoio à aula. Entretanto, utilizados sem critério ou competência técnica necessários, tornam-se contraproducentes. Muitos professores não os utilizam, sob o argumento de que induzem ao "tecnicismo" o que muitas vezes revela mais um medo diante da tecnologia que propriamente um conjunto de razões bem justificadas. Em outro extremo, encontramos aqueles que fazem uso extensivo de recursos audiovisuais, empobrecendo vários aspectos da relação didática e "queimando" o recurso, via superexposição.

O objetivo deste artigo é descrever algumas providências importantes no trato de alguns recursos audiovisuais, desde o venerável quadro-de-giz (também conhecido por "lousa" ou "quadro-negro") até o moderno projetor LCD ("datashow"), sem, contudo, realizar a apologia da utilização do recursos pelo recurso.



Quadro-de-giz e quadro branco

Quadro-de-giz e quadro branco devem ser utilizados para demonstrações. Por este motivo, o professor deve evitar sua utilização para escrever textos longos. O quadro presta-se a esquemas simples (cujos tópicos devem ser escritos à medida em que forem explicados), demonstrações de cálculos e desenhos simples. Evite “encher” o quadro de informações. Outras providências úteis:

· Escreva com letras de tamanho suficiente para que sejam distingüidas pelos alunos do fim da sala;

· Evite escrever falando. Como as frases serão curtas, não há motivo para isto. Fale sempre de frente para os alunos;

· Ao mudar de assunto, apague as referências ao assunto anterior;

· Durante a explicação, evite ficar na frente do que escreveu;

· Antes de utilizar o quadro branco, observe:

· Se os pincéis contêm tinta;

· Se são apropriados para utilização com quadro branco.

· Se utilizar o pincel inadequado ao escrever (a marca não sai com o apagador), não use álcool para remover a tinta. O álcool destrói a película que recobre o quadro, dificultando os apagamentos posteriores. Se a área for pequena, passe o pincel apropriado por cima das marcas, apagando imediatamente. Caso seja uma área grande, utilize um pano umedecido em água;

· Após a sessão, apague o quadro e deixe a mesa limpa para o próximo professor;

· Imediatamente após escrever, tampe o pincel pois sua tinta seca facilmente. Guarde-o sempre na posição horizontal.


Retroprojetor

A transparência deve ser usada no momento certo e com um objetivo pedagógico definido:

· Visualizar um conceito;

· Recapitular pontos essenciais.


Preparo das transparências

Existem três tipos básicos:

1) Simples: Você pode desenhar na transparência simples utilizando canetas hidrográficas especiais ou até lápis cera. Na maioria dos casos, prefira utilizar os outros tipos de transparências, mais práticas e com melhores resultados;

2) Para fotocópia: Possui preço baixo e praticidade, aliados a resultados esteticamente bem aceitáveis. Na transparência para fotocópia você prepara o original em papel e depois fotocopia diretamente na transparência (em preto-e-branco ou colorido, conforme as características da máquina fotocopiadora);

3) Rugosa: Própria para impressões em cores nas impressoras eletrônicas a jato de tinta, custa o dobro daquelas para fotocópia, vendida em lojas de artigos para desenho, suprimentos para computador e papelarias. No tipo rugoso, você prepara o original em computador e imprime diretamente na transparência. Os programas de computador para PC mais utilizados são o PowerPoint (Microsoft), o Presentations (Corel) e o Harvard Graphics (Software Publishing). Opcionalmente, pode-se utilizar as planilhas eletrônicas como o Quattro Pro (Corel) e o Excel (Microsoft) ou mesmo um bom Processador de Textos, como o WordPerfect (Corel), StarOffice Writer (Sun) e Word (Microsoft). Em todos os casos, utilize letras de, no mínimo, 18 pontos (tipo Arial), de preferência em negrito, e evite gráficos ou figuras excessivamente detalhadas.

Existem ainda as transparências para impressora laser, mas são pouco utilizadas, devido ao alto custo deste equipamento e aos resultados aceitáveis produzidos pelas impressoras a jato de tinta.

· Não utilize mais que seis linhas por transparência. Jamais fotocopie páginas de livros ou tabelas detalhadas. Sua audiência nada verá...

· O texto deve ser direto, expressando uma idéia por linha. Quanto menos texto, maior o impacto;

· As letras devem ser grandes. Enfatize aqui e ali utilizando cores diversas. Evite o rosa, o amarelo-ouro e o verde-limão;

· O tamanho indicado da transparência deve ser de 8,5 x 11 polegadas (21,59 x 27,94 centímetros - tipo Carta). Utilize-a deitada (modo paisagem, landscape). Observe que as margens suficientes para o conteúdo da transparência caber todo na área do retroprojetor são de 2,5 centímetros em cada lado (esquerda, direita, topo e rodapé). Atente para a qualidade gráfica: ela atrai mais.


A apresentação

A aula não deve ser toda realizada com transparências. Resista a esta tentação... Elas se prestam apenas a momentos curtos, como um meio de quebrar o ritmo e centrar momentaneamente a atenção do grupo para os pontos principais do assunto enfocado. Por isso utilize, no máximo, quatro ou cinco delas. Quanto maior o número, maior a dispersão e menor a fixação do que é apresentado. Lembre-se: A transparência é um suporte visual para o discurso, no verdadeiro sentido do termo, não um discurso visual;

· Deixe as luzes acesas, para os alunos fazerem anotações. No máximo, feche uma janela ou apague a lâmpada próxima à tela. A transparência bem feita não necessita de ambiente escuro;

· Explique a partir do retroprojetor e não da tela, utilizando uma caneta ou outro objeto pontiagudo para enfatizar algum ponto, na própria transparência. Opcionalmente, pode-se utilizar o ponteiro a laser (laserpoint) direto na tela ou uma caneta telescópica. A utilização do ponteiro, entretanto, exige treino, sendo mais recomendada para apresentações com projetor de slides ou datashow;

· Durante a exposição, fique sempre de frente para o grupo e não passe na frente da tela nem deixe que o braço ou mãos apareçam no foco;

· Posicione os alunos de forma a não ficarem atrás do retroprojetor. Faça o ajuste de altura da imagem deslocando o espelho superior em torno de seu eixo, evitando inclinar o aparelho colocando livros embaixo;

· Desligue o retroprojetor quando não estiver usando, sem retirar o plugue da tomada, para não prejudicar a ventilação do aparelho. A lâmpada interna queima com facilidade. Por isto, nunca a deixe acesa sem uma transparência;

· Ao trocar de transparências, desligue sempre o retroprojetor;

· Não coloque livros ou outros objetos embaixo do retroprojetor, para “levantar” o foco. Ajuste a altura do foco movimentando a cabeça do retroprojetor na vertical.

Opcionalmente, você pode utilizar transparências superpostas, obtendo aos poucos a composição do tema abordado. Outra técnica é utilizar o recurso strip-tease, encobrindo parte dos dados de uma transparência, para revelá-lo aos poucos, conforme o desenvolvimento do tema. Para tanto, coloque uma folha de papel embaixo da transparência, de modo que você possa ver qual o próximo tópico abordado.


Videocassete

A utilização do vídeo como recurso didático vem sendo realizada com sucesso nas empresas, escolas e universidades. Entretanto, por desconhecimento de técnicas didáticas adequadas, vários colegas instrutores e professores não vêm explorando convenientemente esta importante ferramenta. Aqui estão algumas recomendações que possibilitam a utilização mais ampla e adequada do vídeo em aula.



Quando utilizar o videocassete

O videocassete deve ser utilizado nas seguintes situações:

· Quando trouxer uma contribuição efetiva à aula. Assim como os outros recursos audiovisuais, videocassete e videocâmera são instrumentos, ferramentas de trabalho, não uma panacéia para "preencher" aulas, sem um objetivo claramente definido;

· Como ilustração, ampliação do conteúdo ou síntese de uma unidade do conteúdo programático.

· Utilizado no início de uma aula, o vídeo deverá ser instigante, um convite ao debate, à discussão e análise; inversamente, porém, ao final da aula o vídeo deverá se caracterizar por situações conclusivas, que sintetizem os conteúdos aprendidos durante a aula.


Quando utilizar a videocâmera

A câmera de vídeo pode ser utilizada, para fins didáticos, de várias maneiras. Aqui vão algumas:

· Gravação de aulas-chave da disciplina ou treinamento, proporcionando o posterior estudo individual ou de pequenos grupos de alunos, minimizando problemas de ritmo de aprendizagem ou perda de informações devido a faltas;

· Gravação de aulas sobre conhecimentos que constituam pré-requisitos para a disciplina ou treinamento, a serem repassados em videocassete aos alunos a qualquer momento, fora do horário normal de aulas, sem necessitar da presença do professor;

· Em aulas que envolvam trabalho com o corpo ou ergonomia, para estudo posterior dos movimentos;

· Em treinamento didático para professores e instrutores, para análise das habilidades didáticas. Neste caso ressalte-se que a filmagem é apenas um indicador de performance, não uma cópia fiel do desempenho didático do professor/instrutor.


Características da produção em vídeo

Didaticamente, a produção em vídeo deve ter as seguintes características:

· A duração não pode ser longa. No máximo, 30 minutos. Mais do que isto torna-se cansativo para vários alunos, iniciando-se a dispersão;

· Deve enfatizar a imagem em movimento, razão de ser desta ferramenta. Evite a apresentação, em vídeo, de longas conferências que, em muitos casos, seriam melhor compreendidas se seu conteúdo fosse apresentado aos alunos por escrito.


Preparo da aula com vídeo

· Em primeiro lugar, antes da aula, o professor deve checar as condições para a aula: Cadeiras em quantidade suficiente (quando soltas, às vezes são levadas por alunos a salas vizinhas...); videocassete e fita em perfeitas condições (mesmo que tenham sido utilizados no dia anterior...); disponibilidade da sala de vídeo naquele horário (reservar formalmente com o setor responsável); iniciar a aula no horário previsto (dependendo da técnica utilizada, as aulas com vídeo podem reduzir a flexibilidade do tempo disponível);

· Preveja a forma como será conduzida a aula após a sessão. Não é suficiente a mera apresentação da fita e a posterior promoção de um debate sobre o que os alunos "acharam" das idéias emitidas. É importante o planejamento cuidadoso sobre a técnica adequada a este momento e sua condução. Caso hajam questionamentos que o professor deseje fazer aos alunos sobre a projeção, elaborá-los com antecedência. Escolha a fita adequada a seus objetivos para a aula e a unidade. Às vezes, uma fita é muito interessante em si, mas não se presta para uma determinada situação. Dependendo da técnica utilizada, o professor deve saber os pontos exatos da fita em que deve fazer observações, anotando-os, para não esquecer os pontos-chave de intervenção.

· Preparar os alunos para a sessão de vídeo: quais os pontos básicos em que devem concentrar suas atenções; orientá-los a tomar nota de suas observações; contextualização histórica da produção em foco.


Técnicas para dinamizar as aulas com vídeo

Aqui estão algumas sugestões de técnicas didáticas para aproveitar ao máximo os recursos do vídeo, especialmente videocassete. O objetivo maior destas técnicas é impedir a passividade do aluno frente ao vídeo, tentação que encontra paralelo no ato de ligar um aparelho de TV e aquietar-se passivamente diante dele, tão freqüente em nossos dias.

· A produção em vídeo para fins didáticos não pode ser vista à maneira das produções comerciais, de lazer. Portanto ao passar uma fita em vídeo, é didaticamente saudável repeti-la, "congelar" determinadas cenas, repetir cenas específicas (selecionadas previamente...), desligar o som. Tudo isto para favorecer apartes do professor ou instrutor, no sentido de enfatizar ou complementar uma informação imediatamente após sua exposição na tela da TV, ajudando a fixar melhor o conteúdo.

· Trabalhos em grupo para analisar o conteúdo do vídeo. O vídeo pode, por exemplo, mostrar uma determinada situação da realidade, sem apontar solução. A isto chamamos caso-problema. O caso-problema seria analisado pelos grupos com o objetivo de propor soluções. Na mesma linha teríamos o caso-análise, que difere do caso-problema por já trazer soluções explícitas para um determinado problema. Os grupos, então tentariam analisar a forma como o problema foi resolvido no vídeo;

· Estudo dirigido para verificar a compreensão de pontos importantes;

· Questionários abrangendo aspectos demonstrados no vídeo;

· Debates em pequenos grupos ou no "grupão", neste sob a coordenação do professor, envolvendo os pontos essenciais levantados pela fita (previamente organizados pelo professor).

Enfim, é importante lembrar, no caso da produção local de um vídeo, a participação dos alunos em todas as fases da produção, juntamente com o professor. É um momento rico para todos que contribui decisivamente para o melhoria da aprendizagem.



Flipchart

O flipchart, ou quadro-papel, consiste em folhas avulsas de aproximadamente um metro de comprimento por meio metro largura, montadas em um cavalete apropriado. Deve ser utilizado em turmas pequenas, de até 20 alunos. É bastante parecido, na utilização, com o quadro-de-giz ou com o quadro branco, mas difere destes pelo fato de permitir utilizar a “memória” do que foi escrito, pois as folhas podem ser repassadas, revelando anotações anteriores.

O pincel utilizado é o comum (impróprio para quadro branco), por isto preste atenção para não se enganar de pincel, ao utilizar simultaneamente o flipchart e o quadro branco. Escreva com letras grandes o suficiente para que todos vejam, evitando “encher” a folha, o que causa perda de impacto na apresentação.



Álbum Seriado

Álbum seriado é uma variação do flipchart. Embora ambos se utilizem do mesmo cavalete de suporte, o álbum seriado é feito com antecedência, com desenhos e letras mais caprichados. Procure colocar sempre uma folha em branco no início, para resguardar o elemento-surpresa da apresentação.



Projetor de Slides

Ao contrário do retroprojetor, que não deve ser utilizado como discurso visual (embora muita gente o faça desta maneira...), o projetor de slides presta-se a isto. Alguns elementos concorrem para reforçar esta idéia de discurso visual:

· Deve ser utilizado com luz apagada, para maior efeito de brilho e contraste;

· Presta-se melhor à projeção de gráficos e fotografias;

· Pode ser utilizado em série, automaticamente.

Os slides podem sem preparados a partir do computador (principalmente no caso de gráficos), fotografando-se diretamente da tela, ou com a utilização de fotos externas. Em ambos os casos, é recomendável o uso de tripé para apoio da câmera.

Evite colocar slides que não tenham importância significativa para o assunto em questão, somente porque são visualmente atraentes, ou para “preencher o carrossel”;

· Utilize um apontador quando for o caso de destacar partes do slide. O apontador mais utilizado para slides atualmente é o laserpoint;

· Eventualmente, para dinamizar ainda mais a aula, você pode sofisticá-la, utilizando mais de um projetor, alternando imagens divididas por categorias diferentes;

· Para tomada das fotos, experimente as câmeras digitais. A qualidade vem melhorando muito e a praticidade dos modelos facilita o processamento das imagens no computador. Prefira os modelos da Sony (série Mavica), Kodak, Canon, Fuji e Epson.

Uma boa sessão de slides não deve durar mais que vinte minutos.



Projetor LCD (“Data Display”, “Datashow”)

O Projetor LCD ainda é pouco utilizado, principalmente pelo seu alto preço, mas é um recurso didático poderoso e que não pode passar despercebido do professor. Outro motivo complicador para sua utilização é o fato de exigir conhecimentos de computação, para o preparo das apresentações em programas adequados e o manuseio competente da máquina (em geral um notebook). Muitas vezes o professor tem de recorrer a terceiros para a operação do equipamento, o que exige perfeita sincronia entre operador e expositor.

A principal vantagem do Projetor LCD é a interatividade. É possível modificar-se rapidamente um determinado conteúdo apresentado, a partir de solicitações dos alunos, apenas com alguns toques no computador. Portanto se a apresentação não comportar interatividade, torna-se desnecessário o uso do Projetor LCD.

Existem vários modelos no mercado, mas três tipos predominam: os modelos que projetam somente em preto-e-branco, os modelos que simulam cores e os modelos mais caros que permitem apresentações em high color (64 milhões de cores). Para boa visualização, todos necessitam de ambiente escuro. A tela oferece imagem de aproximadamente 1,5 x 1,5 metros.

Uma forma mais barata e viável para uso em salas de aula ou salas de vídeo é a utilização de uma placa de circuitos para transcodificação de sinais digitais do computador para os sinais de TV. Isto possibilita a ligação do computador a uma televisão grande, de 29 polegadas ou mais, resultando em efeitos semelhantes ao Projetor LCD, com grande redução de custos e maior operabilidade.

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